Saber se um cabelo está bem hidratado deixou de ser uma observação empírica ou sensorial para se tornar uma questão científica.
Um estudo, desenvolvido em parceria entre a empresa O Boticário e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), resultou em uma metodologia para testar a eficiência dos produtos cosméticos na hidratação das fibras dos cabelos, pela análise da superfície dos fios, utilizando técnicas e equipamentos de última geração.
Segundo o coordenador da pesquisa, professor Elson Longo do Laboratório de Eletroquímica e Cerâmica da UFSCar, o objetivo foi procurar uma nova tecnologia para avaliar a ação dos cosméticos nos cabelos. "Quando tomamos banho, utilizamos água com cloro, que ataca o cabelo, quebrando as ligações dos aminoácidos, danificando os fios. Como está danificado, o cabelo passa a se hidratar menos", explica. Os produtos químicos contidos nos cosméticos "reparam" essa ligação, melhorando a hidratação.
O processo desenvolvido nos laboratórios da UFSCar consiste na utilização de dois métodos associados. "Primeiro, através da análise térmica, podemos verificar o momento exato, ou seja, em quais temperaturas, a água se desprende do cabelo. Depois, através da cromatografia gasosa verificamos a possibilidade de medir a quantidade de água no cabelo. Sabendo em quais temperaturas a água se desprende, colocamos os cromatógrafos naquelas temperaturas e medimos a quantidade de água nos fios, avaliando a hidratação das fibras capilares", disse.
Com isso, foi possível comparar diferentes produtos e verificar qual amostra apresentava melhor desempenho na hidratação do cabelo. Longo explica que foram testados quatro produtos diferentes, sem que os pesquisadores soubessem sua composição.
O trabalho, desenvolvido em um ano, foi utilizado pelo laboratório de Pesquisa e Inovação de O Boticário no desenvolvimento da linha de tratamento de cabelos Universal Solutions, que utiliza ingredientes como água de coco e algas marinhas encontradas na costa da região Nordeste do Brasil.
Totalmente financiada pela indústria de cosméticos, a pesquisa envolveu dois doutores, um doutorando e um mestrando da UFSCar, além dos profissionais da área de pesquisa e desenvolvimento de O Boticário. O trabalho foi apresentado no Congresso Nacional de Cosmetologia e deverá ser publicado na revista Society of Cosmetic Chemists, uma das principais revistas técnicas do segmento, com sede nos Estados Unidos.
A empresa investiu, entre pesquisa, desenvolvimento e marketing da nova linha de produtos R$ 1,2 milhão. Mais informações com professor Elson Longo (dels@power.ufscar.br)
Fonte: Diário Popular
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